Desde julho de 2024, a Realixo é responsável pela criação e manutenção semanal de um pátio de compostagem na fábrica da Rhodia, em Santo André. O projeto tem como objetivo dar destino ecológico aos resíduos orgânicos gerados no refeitório da unidade, bem como às folhas e gramas provenientes da área verde da fábrica.
O método de compostagem utilizado foi desenvolvido pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e tem como diferencial a ausência de odores desagradáveis e a não atração de vetores como moscas ou roedores, o que o torna ideal para áreas urbanas e industriais.
Toda semana, a equipe da Realixo visita a fábrica para monitorar, realizar o manejo das leiras e garantir o correto processo de compostagem. O adubo gerado é doado para hortas urbanas da região, fortalecendo a agricultura urbana, promovendo a regeneração do solo e incentivando práticas circulares dentro e fora da fábrica.
Este projeto contribui diretamente para as metas da Rhodia de reduzir o envio de resíduos para aterros sanitários, aproximando-se do objetivo aterro zero. Além disso, reduz as emissões de metano — um potente gás de efeito estufa — e elimina o uso de caminhões para transporte de resíduos, gerando impacto socioambiental positivo de forma concreta e mensurável.
1. SITUAÇÃO PROBLEMA DE OPEN INNOVATION: EXEMPLO PRÁTICO NA INDÚSTRIA
A fábrica da Rhodia, em Santo André (SP), estabeleceu como uma de suas metas estratégicas tornar-se uma unidade “aterro zero”, ou seja, eliminar completamente o envio de resíduos para aterros sanitários. No entanto, durante o processo de diagnóstico interno, a empresa identificou que os resíduos orgânicos – oriundos principalmente do refeitório (restos de alimentos) e da manutenção da área verde (folhas, galhos e grama cortada) – ainda representavam a maior parte do volume de resíduos encaminhado para aterro.
Essa constatação evidenciou um desafio importante: mesmo com práticas avançadas de gestão ambiental para resíduos recicláveis e perigosos, a fábrica ainda carecia de uma solução sustentável, local e eficaz para o tratamento dos resíduos orgânicos. O envio diário desses resíduos para aterros sanitários, além de não estar alinhado com a política de sustentabilidade da empresa, gerava custos logísticos e contribuía para emissões de gases de efeito estufa, como o metano, associado à decomposição anaeróbia em aterros.
Diante desse cenário, a equipe da Rhodia entrou em contato com a Realixo, startup especializada em soluções de economia circular para resíduos orgânicos, com o objetivo de desenhar um projeto de inovação aberta (open innovation) que pudesse atender ao desafio de forma prática, escalável e com impacto socioambiental positivo.
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2. INTERVENÇÃO: COMO TRANSFORMAR ESPAÇOS INDUSTRIAIS COM A COMPOSTAGEM
A proposta apresentada pela Realixo foi a criação de um pátio de compostagem de pequeno porte dentro da própria fábrica, com metodologia desenvolvida pela UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina), que permite a compostagem de até 500 kg por dia sem necessidade de licenciamento ambiental. A operação é gerida por uma equipe treinada, que realiza visitas semanais para monitoramento e manejo das leiras. O adubo gerado é utilizado para a adubação da área verde da própria fábrica e também distribuído gratuitamente aos funcionários, fortalecendo o engajamento interno com o projeto.
O modelo inovador permitiu que a Rhodia deixasse de transportar resíduos orgânicos para fora da unidade, reduzindo custos logísticos e emissões de CO₂, além de avançar significativamente em direção à meta de aterro zero. A solução ainda gerou impacto social positivo, ao promover geração de renda para prestadores de serviço locais e ao estimular uma cultura de responsabilidade ambiental dentro da organização.
Essa colaboração entre uma grande empresa e uma startup de impacto mostra o potencial da inovação aberta como ferramenta concreta para acelerar a transição para modelos de produção e consumo mais circulares, regenerativos e alinhados aos desafios climáticos do nosso tempo.
3. RESULTADOS DE UM PROJETO SUSTENTÁVEL EM AMBIENTE INDUSTRIAL
Em apenas um ano de parceria entre a Rhodia e a Realixo, os resultados alcançados foram significativos e demonstram o potencial transformador de soluções de economia circular aplicadas ao contexto industrial. O projeto de compostagem na unidade de Santo André viabilizou, ao longo de 12 meses, o desvio de 71.018 kg de resíduos orgânicos do aterro sanitário. Esse volume expressivo de compostagem evitou a emissão de aproximadamente 99.232 kg de CO₂ equivalente, o que corresponde ao plantio de cerca de 13.697 árvores — um marco ambiental relevante no contexto da crise climática global.
Para os atores principais, os resultados são diversos. A Rhodia avançou de forma concreta na sua meta de tornar-se uma unidade “aterro zero”, reduzindo significativamente o volume de resíduos enviados ao aterro e, consequentemente, suas emissões de gases de efeito estufa. Além disso, passou a contar com um sistema descentralizado e local de gestão dos resíduos orgânicos, diminuindo custos logísticos e aumentando a eficiência ambiental da fábrica. O adubo gerado é reaproveitado internamente para a manutenção da extensa área verde da unidade e também distribuído gratuitamente aos funcionários, gerando engajamento, pertencimento e consciência ambiental entre os colaboradores.
Para a Realixo, a parceria consolidou um modelo inovador de negócio em escala industrial, permitindo à startup desenvolver um case robusto de impacto ambiental e social positivo. O projeto também gerou receita recorrente, essencial para a sustentabilidade financeira da empresa. Mais do que isso, o sucesso do piloto criou condições para replicação em outras unidades da empresa no território nacional, abrindo espaço para que a Realixo amplie sua atuação no setor corporativo e consolide seu modelo de pátios de compostagem de pequeno porte como solução viável em todo o Brasil.
Houve ainda impactos positivos para atores secundários. A gestão do pátio é realizada por prestadores de serviço contratados localmente, o que gera renda e contribui para a economia da região. Trata-se de uma iniciativa que promove trabalho digno, uma das metas dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU. O projeto também fortalece a cadeia de valor da agricultura urbana e da compostagem descentralizada, ao mostrar na prática como empresas podem integrar práticas regenerativas nos seus processos de gestão.
Por fim, o modelo contribui para a mudança cultural e educacional dentro da empresa, mostrando que grandes organizações podem adotar soluções circulares com baixo custo, alto impacto e potencial de escalabilidade. A visibilidade do projeto também inspira outras empresas a repensarem seus sistemas de gestão de resíduos, ampliando o impacto positivo da ação para além dos atores diretamente envolvidos.
AGRADECIMENTOS
Agradecemos à equipe da Rhodia, em especial ao setor de Saúde, Segurança e Meio Ambiente (SSMA), pelo comprometimento com soluções inovadoras e sustentáveis. Em particular, destacamos o apoio técnico e institucional de Cleyton Sales e Kleber R. Rigolo, profissionais fundamentais para a idealização, implementação e consolidação do projeto de compostagem na unidade de Santo André. Sem a dedicação e o engajamento desses colaboradores, a iniciativa não teria alcançado os resultados expressivos que hoje apresenta.
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Andrea Maria Lehner, CEO Realixo.
REFERÊNCIAS
Solvay Brasil. Disponível em: https://www.solvay.com/pt-br/brazil. Acesso em: 18 jul. 2025.